Entrevista a Ana Rodrigues

A modalidade de Drift é ainda uma jovem no desporto automóvel português, e não sendo uma modalidade federada, conta já com muitos adeptos e também com praticantes. 
Um desses praticantes é a Ana Rodrigues de 29 anos, a unica Piloto (mulher) portuguesa. 
Quisemos saber um pouco mais sobre ela.

Como é que começou a tua paixão por esta modalidade?

"A paixão pelo mundo automóvel começou um pouco depois de tirar a carta de condução.
Muita curiosidade pelo meio levou-me a estar presente no 1º SITCA - 1º Salão Internacional de Tuning & Car Áudio no Porto.
O meu primeiro contacto com o Drift foi no dia 18 de Março de 2006, o bichinho ficou e desde então nunca mais parei.
Ali estava eu no meio do público quando me deparo com isto:

Ainda me lembro de estremecer quando estavam a oferecer uma volta à pendura e apontarem na minha direcção... Infelizmente apontaram para a pessoa que estava ao meu lado.

Quem diria que uns anos mais tarde teria a oportunidade de conhecer os mesmos pilotos que em 2006 me fizeram apaixonar pelo Drift."

O que te incentivou a entrar no mundo da competição?

"Inicialmente em Portugal as oportunidades de praticar a modalidade que tanto amo eram poucas

Ainda me lembro dos tempos em que tudo começou e existiam um ou dois Drift Days por ano, para se poder praticar Drift.

Participar num campeonato, já que não haviam mais opções, foi a única forma que encontrei para praticar, aprender com outros pilotos e evoluir.

Felizmente atualmente há muito boas iniciativas como Os Eventos Desportivos de Guilhabreu que permitem prática de Drift com uma regularidade muito maior (de 2 em 2 meses)." 

Os campeonatos anteriores correram-te como estavas à espera?

"Quem me conhece sabe que ando neste mundo por paixão, tenho-me divertido, evoluido e feito grandes amigos e isto é o mais importante!"

Quais os teus objectivos neste campeonato?

Por vezes a pressão da competição vence-nos e esquece-mo-nos das verdadeiras razões que nos trouxeram até aqui.

De momento o meu objectivo é divertir-me, tenho andado um pouco esquecida disto este ano.

Como é que vez a expansão desta modalidade em Portugal?

"A modalidade veio e expandiu muito rápido, talvez rápido demais, mas isso o tempo o dirá...

É uma modalidade que exige um esforço financeiro enorme e muitos sacrificios.

Na actual situação em que o país se encontra, sem ajudas aos pilotos, vai-se tornar cada vez mais difícil a evolução da modalidade."

Como é que te sentes a competir numa modalidade onde todos os teus adversários são homens?

"Acarinhada, tenho grandes amigos que me querem ver a evoluir e a ir cada vez mais longe.

Infelizmente em Portugal sou a única mulher de momento no mundo do Drift. Espero que isto um dia mude!

Penso que por vezes há algum receio de se tentar e não correr bem.

Se realmente é algo que se quer experimentar e de que se gosta o melhor conselho que posso deixar é:

"Força, vai em frente! Neste caso de lado!". "

Muito Obrigada pela disponibilidade Ana Rodrigues


As "Rally Girls"